AS SETE SEMANAS DE MEDITAÇÃO do Senhor BUDA
Extractos de textos e de livros
Na primeira semana após a iluminação, o Buddha Śākyamuni continuou meditando sob a figueira bodhi, experienciando o êxtase da liberação; no sétimo dia, ele refletiu sobre o surgimento interdependente.
A árvore original foi cortada a época do rei huno Śaśaṅka, mas uma descendente está presente até hoje no local da iluminação. Na segunda semana, o Buddha meditou olhando para a figueira, em gratidão pela sua sombra protetora. Na terceira semana, ele teria meditado caminhando em um pavilhão de ouro preparado pelos seres divinos, próximo à figueira. Na quarta semana, ele meditou em um palácio de ouro, onde teria preisto o que lhe aconteceria e pensado no ensinamento superior (sânscrito Abhidharma, pāli Abhidhamma); seu corpo teria emitido raios de cor azul, amarela, vermelha, branca e laranja.
Na quinta semana, Buddha sentou-se sob a árvore ajapāla banyan e desfrutou do êxtase da liberação. Um homem chamado Huhunkajātika tentou ridicularizá-lo pelo fato de o Buddha não ser um brâmane como ele, mas o Buddha não se abalou. Segundo as biografias em pāli, também foi nesta semana que as filhas de Māra tentaram seduzir o Buddha. Na sexta semana, ele meditou perto do lago do rei das serpentes, Mucalinda. De acordo com as lendas, a serpente Mucalinda protegeu-o dos temporais, depois se transformou num jovem e tomou refúgio no Buddha e em seus ensinamentos. Na sétima e última semana de meditação, ele meditou sob a árvore rājāyatana. No 49° dia, a divindade Indra deu ao Buddha Śākyamuni a fruta da árvore medicinal harīṭaka.
Os irmãos Tapassu (ou Tapussa) e Bhallika (ou Bhalliya, Bhalluka), mercadores da cidade de Ukkalā (atual Orissā), estavam atravessando a floresta rumo à cidade de Rajāgṛha e acabaram atolando na lama com sua caravana de 500 carroças. Na verdade, aquele acidente tinha ocorrido por causa de uma divindade da floresta, que lhes falou da presença do Buddha. Os mercadores eventualmente encontraram o Buddha Śākyamuni e puderam realizar uma antiga aspiração — a de fazer uma oferenda a um ser iluminado. Então, as quatro divindades vieram do norte, do sul, do leste e do oeste para lhe oferecer quatro tigelas de esmeralda. Como o Buddha não quis aceitá-las, as divindades substituíram-nas por quatro tigelas de pedra comum. Então, o Buddha Śākyamuni transformou-as em uma única tigela e recebeu bolos de arroz e mel dos dois mercadores.
Em troca, Śākyamuni concedeu-lhes o voto de refúgio duplo, no Buddha — o mestre — e no Dharma — o ensinamento. Eles se tornaram os primeiros discípulos leigos (sânscrito e pāli upāsaka) do Buddha. Além disso, os mercadores receberam uma mecha de oito fios de cabelo do Buddha como relíquias. Em Orissā, eles construíram um relicário (sânscrito stūpa, pāli thupo) para preservar estas relíquias, mais tarde transferidas para Shwedagon em Yangon, Myanmar.
Conta-se que, logo após sua iluminação, o Buddha passou por um homem [o brâmane Droṇa, páli Dona] num caminho que estava perplexo pelo extraordinário esplendor e calma de sua presença.
O homem parou e perguntou:
"Meu amigo, quem é você? Você é um ser celestial ou um deus?"
"Não", disse o Buddha.
"Bem, então, será que você é algum tipo de mágico ou mago?"
Novamente o Buddha respondeu, "Não".
"Você é um homem?"
"Não."
"Bem, meu amigo, então quem você é?"
O Buddha respondeu, "Eu sou um desperto".
(Jack Kornfield, Buscando a Essência da Sabedoria, Roca)
A grande compaixão de Śākyamuni fez com que ele decidisse ensinar o caminho da iluminação às outras pessoas. Ele se lembrou de que, quando ainda era um bodhisattva, ele tinha assumido o compromisso de fazer os seres conhecerem as nobres verdades, de livrá-los da prisão do sofrimento e de fazê-los cruzar o oceano da existência cíclica. A divindade Brahmā-sahampati teria apareceido e se ajoelhado aos pés do Buddha para implorar que ele desse ensinamentos. (Segundo algumas tradições, as divindades hindus Brahmā e Indra teriam aparecido.)
Após a sua iluminação, o Buddha estava em Uruvilvā, às margens do rio Nairañjāna, e teve o seguinte pensamento: "Esse Dharma que alcancei é profundo, difícil de ver, difícil de realizar, pacífico, refinado, além do escopo da conjectura, sutil, a ser experienciado pelos sábios. Mas essa geração gosta do apego, está excitada pelo apego, aprecia o apego. Para uma geração que gosta do apego, que está excitada pelo apego, que aprecia o apego, essa condicionalidade e originação co-dependente são difíceis de ver. Esse estado, também, é difícil de ver: a resolução de todas as fabricações, a renúncia de todas as aquisições, o fim do desejo; a imparcialidade; a cessação; a liberação. E se eu fosse ensinar o Dharma e outros não me compreendessem, isso seria cansativo para mim, aborrecedor para mim."
Assim sendo, o Bhagavan tinha a sua mente inclinada a permanecer em paz, não ensinar o Dharma. Tendo essa percepção, o Brahmā-sahampati pensou: "O mundo está perdido! O mundo está destruído! A mente do Tathāgata, Arhat, Samyaksambuddha, inclina-se a permanecer em paz, a não ensinar o Dharma!" Então, assim como um homem forte poderia estender seu braço flexionado ou flexionar seu braço estendido, Brahmā-sahampati desapareceu do reino dos Brahmās e reapareceu em frente ao Bhagavan. Arrumando seu manto sobre o ombro, ajoelhou-se com seu joelho direito ao chão, saudou o Bhagavan com suas mãos diante do coração e lhe disse: "Senhor, que o Bhagavan ensine o Dharma! Que o Bhagavan ensine o Dharma! Há seres, com um pouco de poeira sobre seus olhos, que estão caindo porque não escutam o Dharma. Haverá aqueles que compreenderão o Dharma."
Então o Bhagavan, tendo compreendido o convite do Brahmā-sahampati, com compaixão pelos seres, avaliou o mundo com a visão de um Buddha. Tendo assim feito, ele viu os seres com um pouco de poeira sobre seus olhos e aqueles com muita, aqueles com faculdades aprimoradas e aqueles com faculdades fracas, aqueles com bons atributos e aqueles com maus atributos, aqueles que são fáceis de ensinar e aqueles que são difíceis, alguns deles esperando a desgraça e o perigo no outro mundo. Como num reservatório de lótus azuis, vermelhos ou brancos, alguns lótus — que nasceram e cresceram na água — poderiam florir imersos na água, sem emergir da água; alguns poderiam permanecer no mesmo nível da água; enquanto alguns poderiam se erguer na água e permanecer sem ser tocados pela água — assim também, analisando o mundo com a visão de um Buddha, o Bhagavan viu os seres com um pouco de poeira sobre seus olhos e aqueles com muita, aqueles com faculdades aprimoradas e aqueles com faculdades fracas, aqueles com bons atributos e aqueles com maus atributos, aqueles que são fáceis de ensinar e aqueles que são difíceis, alguns deles esperando a desgraça e o perigo no outro mundo.
Então Brahmā-sahampati, pensando "O Bhagavan deu seu consentimento para ensinar o Dharma," ajoelhou-se ao Bhagavan e, circundando-o pela direita, desapareceu ali mesmo.
(Dhammacakkapavattana Sutta, Samyutta Nikāya LVI:11)
As fontes estão citadas no texto
Publicado por Maria Helena Guerra
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